quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Como escolher um cavaquinho


Os cavaquinhos são todos diferentes

Os cavaquinhos, ou são fabricados artesanalmente em pequenas séries num máximo de 5 a 10 unidades (mais caros), ou industrialmente em séries de maiores quantidades (mais baratos). Estes últimos nem trazem já a etiqueta de fabrico colada no seu interior, para serem mais baratos e fáceis de comercializar, o que, no meu entender, é um grande erro e um risco para a indústria nacional. Mas adiante...
Não há por isso dois cavaquinhos iguais! Uns mais outros menos bonitos nas nuances das madeiras e, mais importante que isto, uns mais outros menos sonantes! E é este o aspecto, se não o único aspecto para além do seu preço, que devemos ter em conta na escolha de um cavaquinho. Preparem-se portanto para ter que escolher, decidir, de entre vários, qual é o que vão comprar e depois poder tocar durante muitos anos!   
    
A escolha acertada   
    
Para a compra de um cavaquinho de 4 cordas simples, as minhas recomendações são as seguintes:
1- de fabrico nacional, com um bom acabamento, sem empenos no braço ou fendas nas madeiras;
2- cabeça com carrilhão que apertem e desapertem com facilidade (o leque dá mais trabalho e afina pior) ;
3- de meio tampo (um pouco mais caro mas suja-se e estraga-se menos);
4- que tenha uma sonoridade clara (sem vibrações parasitas) ;
5- que tenha uma sonoridade bem viva em todas as posições da corda mais alta, a primeira a contar de baixo para cima;

Para determinar a escolha nesta última característica (5-) basta, depois de termos posto os cavaquinhos a testar na afinação preferida , fazer o seguinte exercício:
a) faz-se soar esta corda solta, em cada um, e avalia-se a nitidez e duração do som produzido. Quanto mais nítido e duradoiro for o som, melhor, claro;
b) depois faz-se soar esta corda no último trasto (o 12º), a mesma nota mas uma 8ª acima, em cada um, e avalia-se a nitidez e duração do som produzido. Quanto mais nítido e duradoiro for o som, melhor;
c) faz-se agora a mesma coisa mas no 7º trasto
Quanto mais nítido e duradoiro for o som, melhor;
Este último teste é o mais difícil e, frequentemente, encontramos casos em que a corda "abafa" mais o som, este dura menos tempo, no 7º trasto que no 12º. Claro que isto não é aceitável num bom cavaquinho.
Chegados aqui, não será fácil haver a necessidade de desempate. Mas, se isto acontecer,
d) faz-se o mesmo exercício de comparação no 5º trasto  e depois os exercícios anteriores na corda seguinte .
Escolhido o vencedor deste teste, verifique que não há vibrações parasitas testanto várias posições nas outras cordas. E pronto!
Já agora aproveitem e comprem-lhe um estojo resistente, acolchoado. Ele bem o merece!

Nenhum comentário:

Postar um comentário